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“As nossas crianças estão fechadas, amarradas, em casa, não têm liberdade de ação”

“As nossas crianças estão fechadas, amarradas, em casa, não têm liberdade de ação”

Um estudo sobre mobilidade infantil em 16 países concluiu que Portugal está na cauda da tabela, e isso tem consequências graves para o aproveitamento escolar e, sobretudo, para a saúde pública, alerta o coordenador do estudo português. “Estamos numa situação caótica. As nossas crianças estão fechadas, amarradas, em casa, não têm liberdade de ação, não vão a pé para a escola, não brincam na rua. Estamos a viver uma situação insustentável, o que designo por sedentarismo infantil”, disse à Lusa o coordenador do estudo português, Carlos Neto, professor catedrático da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa. O estudo português – Independência de Mobilidade das Crianças – data de 2012, mas só em agosto foi publicado, integrado num estudo internacional pelo instituto britânico Policy Studies Institute, denominado Independent Mobility: An International Comparison (Mobilidade Independente: Uma Comparação Internacional). O estudo português concluiu que há alterações necessárias de políticas públicas “mais ousadas”, pensadas para as crianças para inverter a atual situação: políticas que permitam aos mais novos brincar e desfrutar do espaço exterior, que permitam uma maior harmonização entre a vida familiar, escolar e em comunidade, e políticas urbanas que incluam uma planificação “mais amiga” das crianças e as encare como parte integrante e participante da sociedade. “[…] não temos cidades preparadas para as crianças. Não há qualquer convite à atividade física. […] Temos as crianças muito sentadas e pouco ativas. Precisamos de uma verdadeira revolução na forma como podemos tornar as crianças mais ativas e com mais saúde, física e mental”, disse à Lusa Carlos Neto. O coordenador do estudo defende que em Portugal as crianças têm cada vez...