Tel. 229 392 020 / Fax. 229 371 326 lncr_renascer@sapo.pt
Cursos profissionais garantem melhores salários, mas só no início da carreira

Cursos profissionais garantem melhores salários, mas só no início da carreira

Os trabalhadores que fizeram o ensino secundário através dos cursos profissionais têm, em média, vencimentos no início da carreira superiores em cerca de 2% aos que concluíram o 12.º ano nos cursos do ensino regular, mas esta vantagem de partida dissipa-se ao longo da vida profissional: após cinco anos ganham 0,68% mais; após 10 anos, já estão a receber menos 0,61% e ao fim de 15 anos inverte-se a situação de partida – ganham em média menos de 2% dos trabalhadores que fizeram o ensino regular. Esta é uma das constatações a que chegou a economista Sofia Oliveira, num trabalho intitulado “Regresso ao ensino vocacional em Portugal”, que será apresentado esta segunda-feira numa conferência sobre o ensino profissional, promovida pelo Instituto de Políticas Públicas Thomas Jefferson-Correia da Serra, que decorrerá no Instituto Superior de Gestão e Economia, em Lisboa. A economista lembra a propósito que o ensino vocacional tem sido tema de investigação de muitos autores em vários países. Vários têm enfatizado as vantagens deste tipo de formação, por garantir competências que são valorizadas pelas empresas e propiciar assim uma transição mais fácil para o mercado e trabalho, para além de contribuir para a redução do abandono escolar ao servir de alternativa a estudantes menos motivados ou com resultados académicos mais fracos. Mas Sofia Oliveira resume também outros argumentos, que poderão justificar a evolução que constatou no “prémio” salarial garantido por ambas as formações. Por exemplo, ao  garantir uma formação mais orientada para capacidades técnicas, por oposição a um ensino mais orientado para o conhecimento, os cursos profissionais poderão dar origem a “uma força de trabalho menos flexível e...